"Doce" é um dos cinco gostos básicos que os seres humanos são capazes de detectar. Os “açúcares” naturais, na forma de carboidratos, podem dar um sabor “doce” aos alimentos e são digeridos, absorvidos e metabolizados pelo corpo humano para produzir energia e nutrientes. Em termos de estrutura química, dividem-se em dois tipos principais: monossacarídeos (uma molécula de açúcar) e dissacarídeos (duas moléculas de açúcar).
A moda dos edulcorantes (artificiais)
No processamento tradicional de alimentos, adiciona-se o açúcar com a finalidade de aumentar a doçura dos alimentos e a reação de caramelização do açúcar pode melhorar a sua sensação na boca. No entanto, a ingestão excessiva de açúcar pode resultar em ingestão excessiva de energia, aumentando assim o risco de aumento de peso e obesidade. Com a procura crescente entre os consumidores por alimentos de baixas calorias e o desenvolvimento tecnológico na indústria alimentar, tornou-se uma tendência mundial substituir o açúcar por edulcorantes (artificiais) para dar doçura aos alimentos, sendo hoje amplamente utilizados em muitos países como os Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, China, Coreia do Sul e Japão, e em alguns deles já há muitos anos.
O que é um edulcorante?
É um aditivo alimentar que não é monossacárido ou dissacárido, e confere aos géneros alimentícios um sabor doce, em substituição ao açúcar. Geralmente, os edulcorantes são produtos químicos sintéticos, mas alguns deles são extraídos de plantas. Os edulcorantes apresentam-se com níveis variados de doçura e a combinação de diferentes edulcorantes produz efeitos de sinergia no perfil geral do sabor dos alimentos. Por isso, é típico da indústria alimentar usar mais do que um tipo de adoçante num dado alimento. Os produtos alimentares mais comuns com edulcorantes adicionados incluem frutas confeitadas, produtos de confeitaria, condimentos, bebidas e alimentos destinados a dietética específica.
Tal como prescrito nas “Normas Relativas à Utilização de Edulcorantes em Géneros Alimentícios” em vigor em Macau, há 19 tipos de edulcorantes permitidos em géneros alimentícios, incluindo xarope de sorbitol, maltitol, aspartame e glicosídeos de esteviol.
Como se relacionam os edulcorantes com a saúde
Como os edulcorantes têm baixo teor calórico, e não afectam os níveis de insulina ou glicose, podem ajudar os obesos e os diabéticos a controlar o peso, e permitem-lhes sentir o sabor doce. Além disso, como os edulcorantes são usados principalmente em snacks e não em alimentos básicos, é improvável que a ingestão de edulcorantes na dieta possa causar riscos sérios para a saúde. Mas as pessoas que padecem de fenilcetonúria ou que são sensíveis a edulcorantes específicos, ao comprar alimentos, devem ler os rótulos das embalagens com muita atenção, para verificar se o produto contém edulcorantes que lhes possam causar problemas.
Regulamentação sobre edulcorantes para uso em alimentos em Macau
O Regulamento Administrativo n.º 12/2018 – Normas Relativas à Utilização de Edulcorantes em Géneros Alimentícios foi promulgado para estabelecer os padrões de regulamentação do uso de edulcorantes, abrangendo os princípios de uso, âmbito de aplicação e dose máxima de utilização, a fim de salvaguardar a segurança alimentar. O Regulamento definiu claramente os edulcorantes (10 tipos) que podem ser usados “quanto baste”, conforme as necessidades de fabrico nas categorias de géneros alimentares e que edulcorantes (9 tipos) podem ser usados dentro do âmbito de aplicação prescrito e respectivos limites de utilização. Os edulcorantes não permitidos pelas Normas Relativas à Utilização de Edulcorantes em Géneros Alimentícios não podem ser utilizados em géneros alimentares.
Além disso, o Regulamento definiu também as categorias de alimentos em que os edulcorantes não podem ser utilizados e que incluem principalmente alimentos básicos, como hortaliças frescas, carne, ovos, leite, cereais em grão, condimentos, preparados para lactentes e alimentos complementares para lactentes. Para mais detalhes, consulte a “Tabela 2” do Regulamento que lista as categorias de alimentos nas quais os edulcorantes não podem ser utilizados.
A indústria alimentar pode servir-se das “Orientações para o Sistema de Categoria de Alimentos para Aditivos Alimentares” para saber a que categorias alimentares os seus produtos pertencem e quais os limites de edulcorantes que estão autorizados a usar, num nível razoável para a obtenção do efeito desejado.
Como saber se um produto alimentar contém edulcorantes?
Os consumidores podem ler atentamente o rótulo das embalagens de alimentos, onde todos os seus ingredientes, incluindo aditivos alimentares e nutrientes adicionados, devem ser claramente listados na Tabela de Composição de Alimentos. Os edulcorantes geralmente são indicados pelos seus nomes comuns ou acompanhados pelo código internacional/regional para aditivos alimentares para efeitos de identificação.
Embora a ingestão normal de edulcorantes não seja prejudicial à saúde, o Departamento de Segurança Alimentar aconselha os consumidores a prestarem atenção à qualidade dos alimentos e ao seu padrão alimentar pessoal. Assim, devem optar por alimentos frescos e tentar evitar consumir, na medida do possível, produtos processados que contenham químicos. E, pela sua saúde, não seja esquisito e mantenha uma dieta variada para reduzir o risco de acumulação de uma substância química específica no organismo ao longo do tempo.
039/DIR/DSA/2019