Os dados do consumo alimentar são uma parte importante dos dados-base para a avaliação da exposição alimentar. Obtêm-se através de inquéritos individuais e domiciliares ao consumo alimentar ou por estimativa do suprimento regional de alimentos, que reflectem os tipos e quantidades de alimentos consumidos por um determinado indivíduo e/ou alguns grupos populacionais, da região pesquisada, durante um certo período de tempo.
Em geral, os dados do consumo alimentar de uma faixa etária específica de um país/região podem facilitar as avaliações de risco de segurança alimentar desse grupo, ajudando a entender melhor o nível de riscos para a saúde a que está exposto através da ingestão de substâncias nocivas, como poluentes, resíduos de pesticidas e de drogas veterinárias. Deste modo, com base nos resultados da avaliação dos riscos, as autoridades competentes nesta área podem definir políticas em matéria de segurança alimentar.
O método para recolha de dados do consumo alimentar pode seguir três abordagens:
1) Baseado na população: utiliza os dados do suprimento nacional de alimentos para elaborar a Folha de Balanço Alimentar. Como nesta abordagem não se pode deduzir a percentagem de perda de alimentos devido a factores como culinária, processamento e deterioração de alimentos, os dados daí derivados tendem a reflectir uma quantidade de consumo alimentar maior do que o consumo real.
2) Baseado na família: utiliza um Questionário Dietético Doméstico para entender quais os alimentos adquiridos pelos agregados familiares, onde os compraram e as mudanças no seu consumo e inventário de alimentos. Os dados derivados do consumo alimentar podem ser usados para rastrear mudanças na dieta de grupos específicos, mas não fornecem informações sobre o consumo alimentar de um membro da família.
3) Baseado no indivíduo: em geral, é capaz de fornecer dados precisos do consumo alimentar, sendo o método comum mais aplicado o Registo Alimentar, o Recordatório Alimentar de Um Ciclo de 24 Horas e um Questionário de Frequência Alimentar.
