Os Corantes Alimentares são Seguros?

24/10/2019

Se os consumidores examinarem atentamente a lista de ingredientes no rótulo dos alimentos, poderão encontrar na lista corantes alimentares como a tartrazina e a carmina. Mas qual a sua proveniência? A tartrazina amarelo-limão é extraída do limão? E a carmina, de cor carmesim, é extraída de insectos?

 

O que são corantes alimentares?

Os corantes alimentares, também conhecidos como “Aditivos de cor”, são uma das cerca de vinte categorias funcionais dos aditivos alimentares e são usados para intensificar ou restaurar a cor dos alimentos, tornando-os mais atraentes para os consumidores. Petiscos, queijos, geleias (doces de gelatina), doces e bebidas são produtos alimentares que geralmente contêm aditivos corantes.

 

Porque se usam corantes alimentares?

São usados para compensar a perda de cor ou descoloração dos alimentos devido à exposição ao calor e à luz, a condições de secura ou armazenamento prolongado no decurso do seu processamento. Com base na s características dos alimentos, são adicionados pela indústria, nas doses adequadas, aos produtos alimentares para melhorar a qualidade da sua cor, o que ajuda a melhorar o apelo sensorial de um alimento e aumenta o seu valor de mercado.

 

Os corantes alimentares são naturais ou artificiais?

Os corantes podem ser naturais e artificiais. Os naturais são extraídos de plantas, animais, bactérias e minerais, como carmina (E120) e curcumina (E100), e são relativamente seguros para consumo. Quanto aos corantes artificiais são geralmente corantes de alcatrão de carvão derivados principalmente de produtos petrolíferos, tais como a tartrazina (E102).

 

Quais são os impactos a longo prazo dos corantes alimentares na saúde?

De vez em quando, a comunicação social fala sobre os riscos cancerígenos de certos corantes alimentares, alertando os consumidores para tomarem cuidado com a sua presença em alimentos. Porém, como qualquer outro tipo de aditivo alimentar, os corantes são submetidos a rigorosa avaliação de segurança antes de serem aprovados para uso, nas condições e quantidades apropriadas, nos alimentos.

 

Que medidas foram tomadas em Macau para regular o seu uso?

O Regulamento Administrativo n.º 30/2017 – Normas Relativas à Utilização de Corantes Alimentares em Géneros Alimentícios entrou em vigor em 2017 e estabelece padrões específicos de segurança alimentar para definir quais os corantes alimentares permitidos para uso em géneros alimentícios, o âmbito da sua utilização e as condições correspondentes às regras da produção, com vista a garantir a segurança alimentar. O regulamento aprovou ainda duas tabelas relativas aos corantes que são permitidos em géneros alimentares. É proibida a utilização de corantes alimentares em géneros alimentícios cujo uso não seja permitido pelo regulamento.

 

Além disso, define também os tipos de produtos alimentares nos quais é expressamente proibido usar corantes alimentares e que incluem:

  1. Carnes de gado, aves de capoeira e caça, produtos aquáticos, hortaliças ou frutas, crus ou não transformados;
  2. Alimentos destinados a lactentes, nomeadamente preparados para lactentes, alimento de transição para crianças de primeira infância.

A indústria alimentar deve considerar o uso adequado dos corantes alimentares na produção de alimentos e aderir ao disposto no Regulamento Administrativo n.º 30/2017 – Normas relativas à Utilização de Corantes Alimentares em Géneros Alimentícios, utilizando as quantidades mínimas de aditivos alimentares ou uma dosagem razoável para alcançar os efeitos pretendidos.

 

Como saber quais as funções dos aditivos alimentares?

Prestar atenção à lista de ingredientes no rótulo dos produtos alimentares pré-embalados. Os ingredientes e aditivos são listados por ordem de predominância, pelos seus nomes comuns. As funções e códigos numéricos dos aditivos alimentares também são bem indicados, como por exemplo o INS 210 (ácido benzóico, conservante).

 

Será necessário evitar a ingestão de alimentos contendo aditivos alimentares?

Em geral, no uso normal, utiliza-se apenas a dose mínima de aditivos alimentares para atingir os efeitos desejados. Por isso, é seguro para consumo desde que a dose usada corresponda aos padrões internacionais e de Macau.

Mas, no caso de pessoas mais susceptíveis a alergias, mesmo a ingestão de uma quantidade mínima de aditivos alimentares pode ter efeitos dramáticos sobre a sua saúde. Além disso, alguns estudos indicam que certos corantes artificiais nos alimentos estão associados a mudanças comportamentais nas crianças, incluindo problemas de hiperactividade e déficit de atenção. Assim, os pais podem optar por fazer a dieta principal dos seus filhos à base de alimentos frescos e naturais e aconselhá-los a consumir menos produtos de confeitaria e bebidas que contenham corantes alimentares.

 

038/DIR/DSA/2019