Risco de Parasitas em Peixe Cru

25/04/2017

O interesse de consumidores em produtos alternativos tem vindo a aumentar nos últimos anos. Hoje em dia há uma grande variedade de sashimi disponível em restaurantes japoneses ou chineses, cuja frescura e sabor o têm tornado popular. No entanto, alguns tipos de peixe destinados ao sashimi são mais propensos a albergar parasitas e nos frutos do mar, as lombrigas, ténias e fascíolas, etc. são os que causam maiores preocupações. O consumo de sashimi preparado com peixe que sofra de infecção parasitária pode levar a reacções alérgicas ou desconforto gastrointestinal. Por outro lado, os parasitas também podem infestar e reproduzir-se no intestino humano, causando complicações ainda mais graves.

 

        Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e a Comissão do Codex Alimentarius, tanto os peixes de aquacultura como os pescados no alto mar são susceptíveis aos parasitas. Na piscicultura, tanto a água como as rações alimentares correm o risco de contaminação por parasitas. Quanto ao peixe bravio, não podemos controlar o seu ambiente de vida. Por isso torna-se tanto necessário que a indústria da aquacultura mantenha um controlo rigoroso sobre os diferentes processos de piscicultura, como a qualidade da água e a alimentação das espécies de peixe destinadas a consumo cru. Para tal, deve ser introduzido um programa eficaz de controlo de parasitas, a fim de reduzir o risco de infecção parasitária dos peixes criados para esta finalidade.

 

        Além dos esforços vigorosos para controlar a qualidade dos peixes na aquacultura, o “Código de Práticas para Peixes e Produtos da Pesca”, elaborado pela Comissão do Codex Alimentarius, declarou que um tratamento de congelamento específico -20°C ou inferior durante 7 dias ou -35°C durante cerca de 20 horas é eficaz na eliminação total de parasitas do corpo dos peixes.

 

Conselhos para o público :

  1. Frequentar apenas estabelecimentos idóneos, com boas condições de higiene;
  2. Ambos os tipos de peixes, de água doce e de mar, são susceptíveis a parasitas. Congelamento e cozedura completos, em condições bem definidas, são as formas mais eficazes de eliminar os parasitas do peixe e reduzir os riscos de segurança alimentar;
  3. Nunca consumir sashimi com sinais anormais na aparência, odor ou cor;
  4. Condimentos picantes ou ácidos, tais como o molho japonês wasabi, molho de pimenta ou de piripiri, suco de limão, vinagre e bebidas espirituosas, não eliminam os parasitas nem as bactérias;
  5. Os idosos, gestantes, lactentes, crianças pequenas e pessoas com fraca imunidade não devem comer sashimi.  

Conselhos para o sector comercial :

  1. Comprar sashimi de origem segura e confiável e de fornecedores idóneos. Antes de encomendar pedidos de qualquer peixe, averiguar se o tipo de peixe se destina à preparação de sashimi;
  2. Ao encomendar peixe ou sashimi, solicitar ao fornecedor os certificados sanitários de exportação oficiais e válidos. Conservar os registos de recepção e entrega da mercadoria ou as respectivas facturas para o possível rastreio da origem dos alimentos pelas autoridades competentes;
  3. A fim de reduzir os riscos para a segurança alimentar, os operadores do sector alimentar devem implementar medidas de controlo adequadas na compra, transporte, armazenamento e exposição dos alimentos e seguir as recomendações especificadas nas “Orientações de Higiene para Lojas Especializadas em Sushi ou Sashimi e Estabelecimentos Similares”;
  4. Prestar atenção aos alertas e anúncios alimentares emitidos pelo Departamento de Segurança Alimentar do IAM. Ao receber um aviso para interromper a venda ou um alerta do Centro, a entidade em causa terá de remover de imediato o peixe suspeito de contaminação dos pontos de venda ou suspender o fornecimento ao consumidor e cooperar com o Centro na sua recolha. 

011/DIR/DSA/2017