Recentemente, verificaram-se vários surtos de peste suína africana na China Continental, nas províncias de Liaoning, Henan, Jiangsu e Zhejiang, nos quais um grande número de porcos vivos morreram da infecção ou tiveram de ser abatidos para conter a epidemia. Foi em 2007, o vírus foi identificado pela primeira vez em diferentes países africanos e espalhou-se posteriormente para a Europa, onde se tornou epidémico na Rússia, Europa Oriental e na China Continental nos últimos tempos. Actualmente, a peste suína africana é considerada pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) como uma doença transmissível e não existem de momento vacinas para proteger os porcos. Muitos países e regiões adoptaram medidas em unidades de produção infectadas, incluindo o abate, o tratamento não-letal e a desinfecção, a fim de evitar a propagação da epidemia.
O que é a peste suína africana?
A peste suína africana é uma doença aguda, maligna e infecciosa causada pelo vírus da Peste Suína Africana (VPSA), que afecta todas as espécies suínas de todas as idades, quer em cativeiro quer em liberdade. A incidência da doença e a taxa de fatalidade são de 100% nos porcos com infecção aguda. O vírus apresenta uma forte resistência a álcalis e ácidos e pode sobreviver muito tempo (até 11 dias nas fezes, 30 dias em unidades de produção pouco higiénicas, 100 dias em carne refrigerada e 1.000 dias em carne congelada). Mas não é resistente ao calor e pode ser facilmente destruído por tratamento térmico a 55ºC durante 30 minutos ou a 60ºC durante 10 minutos.
O modo de transmissão da peste suína africana inclui resíduos de cozinha, contacto directo com suínos infectados e seus contaminantes (p.ex., secreções e excrementos de porcos), mordedura de portadores artrópodes infectados com vírus (p.ex., carraças) e humanos. Os sintomas dos porcos doentes são febre alta, manchas arroxeadas na pele e hemorragia nos órgãos internos.
Efeitos na saúde humana
A peste suína africana não é uma zoonose. O vírus não afecta seres humanos nem afecta outras espécies de animais que não sejam porcos selvagens ou domésticos, que são os seus hospedeiros naturais. Estudos actuais mostraram que o vírus só infectará suínos e é improvável que se torne infeccioso para humanos através de mutação genética. Por isso, não representa, de momento, uma ameaça à saúde humana e à segurança alimentar.
Quais são os preceitos legais, regulamentação e mecanismos de notificação para garantir a segurança de alimentos frescos e produtos vivos?
- De acordo com os regulamentos sobre importação de alimentos frescos e produtos vivos de Macau e em conformidade com o seu regime de importação, os importadores de tais produtos devem declará-los à entrada do território e estão sujeitos a inspecção obrigatória. Os importadores devem apresentar os respectivos certificados sanitários oficiais emitidos pelo país de origem e informações sobre inspecção sanitária e quarentena para verificação. Se algum problema for detectado nos produtos durante a entrada, o IAM notificará de imediato as autoridades relevantes por meio dos mecanismos de cooperação e coordenação estabelecidos. Suspenderá também temporariamente o processamento de pedidos de inspecção de importação até que o risco seja anulado.
- As autoridades reguladoras do Continente adoptaram medidas preventivas e de controlo para garantir um fornecimento estável e seguro de suínos vivos para Macau. Quanto ao IAM, continuará a acompanhar de perto os desenvolvimentos da epidemia de peste suína africana e manterá uma comunicação e um contacto estreitos com as autoridades competentes da China continental no cumprimento do seu papel de guardião na prevenção da epidemia.
Ainda é seguro comer carne de porco?
Embora a peste suína africana não se transmita aos seres humanos e o seu vírus não seja tolerante ao calor e, como tal pode ser facilmente destruído, os consumidores têm que cozinhar a carne de porco de forma completa para garantir que o vírus é eliminado durante a cozedura a alta temperatura. Nunca compre carne de porco de fontes desconhecidas ou de vendedores ambulantes sem licença, nem traga carne para Macau sem a devida autorização. Lave bem as mãos depois de manusear carne de porco e manipule sempre em separado a carne de porco crua e os alimentos prontos para consumo. Antes de manusear a carne de porco crua, quaisquer cortes e feridas nas mãos devem ser adequadamente cobertos por pensos à prova de água.
Além disso, a indústria alimentar tem a responsabilidade de garantir que a carne de porco à venda é própria para o consumo humano e está em conformidade com as leis e regulamentos vigentes em Macau. Faça sempre as suas compras em fornecedores confiáveis. Fique atento aos anúncios do governo e à última actualização noticiosa sobre a epidemia para pode tomar as medidas necessárias.
011/DIR/DSA/2018
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