Em resposta ao recente aumento de casos de infecção por estreptococos do grupo B em Hong Kong, as investigações demonstraram que a maioria dos doentes teve contacto com peixes de água doce. Com múltiplos casos de infecção ocorridos num curto espaço de tempo, como prevenir a infecção estreptocócica do grupo B a tempo e garantir a segurança alimentar?
Introdução ao estreptococo do grupo B
O Estreptococo do Grupo B (GBS), também conhecido como Streptococcus agalactiae, é uma bactéria comum que se encontra no organismo de mamíferos, anfíbios e peixes. As doenças comuns associadas à GBS incluem infecção da pele, pneumonia e endocardite infecciosa. A via de transmissão da GBS é ainda desconhecida, mas pode estar relacionada com o contacto com produtos aquáticos de água doce ou com o consumo de produtos aquáticos de água doce mal cozinhados.
Risco de infecção estreptocócica em peixes de água doce
Durante o processo de criação, os peixes de água doce podem ser contaminados por vários agentes patogénicos, incluindo o GBS. A água contaminada, o manuseamento inadequado dos alimentos e as condições de higiene de ração para peixes podem ser vias de infecções estreptocócicas do grupo B nos peixes de água doce. Além disso, o manuseamento e o controlo de temperatura inadequados durante o processamento e armazenamento dos peixes de água doce podem levar à proliferação bacteriana. Assim, durante a compra de produtos aquáticos, é aconselhável evitar o contacto directo com peixes de água doce com as mãos, a fim de reduzir o risco de infecção estreptocócica do grupo B.
Além disso, o consumo de peixes de água doce mal cozinhados, em especial peixe de água doce cru em fatias ou produtos preparados com essas fatias, aumenta o risco de infecção estreptocócica do grupo B. Uma vez que o GBS pode ser destruído a altas temperaturas, poderemos reduzir eficazmente o risco de infecção ao garantir que os produtos alimentares preparados com peixes de água doce são bem cozinhados antes do consumo.
Impactos na saúde
Os sintomas da infecção por GBS podem variar entre indivíduos, mas geralmente incluem febre, dores musculares, vermelhidão da pele e inflamação. Certos grupos de alto risco, incluindo crianças, mulheres grávidas, idosos e indivíduos imunocomprometidos, podem apresentar sintomas mais graves, como sépsis ou meningite, que podem ter um impacto considerável na saúde.
Medidas de prevenção e controlo
É fundamental manter sempre a higiene pessoal, ambiental e alimentar para prevenir a infecção estreptocócica do grupo B, devendo tomar-se as seguintes precauções:
- Usar luvas ao comprar ou manusear produtos aquáticos, evitar o contacto directo com produtos aquáticos ou águas residuais com as mãos e lavar bem as mãos após tocar ou manusear produtos aquáticos;
- Se tiver algum ferimento nas mãos, evitar o contacto directo com produtos aquáticos. Se ocorrer uma ferida durante o manuseamento de produtos aquáticos, limpar e desinfectar a ferida de imediato e proteger adequadamente com um penso à prova de água;
- Separar sempre os alimentos crus dos cozinhados e utilizar facas, tábuas de corte e utensílios diferentes para manusear os alimentos crus e os cozinhados, para evitar a contaminação cruzada;
- Cozinhar bem os ingredientes alimentares e evitar o consumo de produtos aquáticos de água doce crus ou mal cozinhados, especialmente no caso de idosos ou pessoas com o sistema imunitário enfraquecido.
