Quais os Potenciais Riscos de Consumir Caranguejo-Peludo-Chinês Contaminado por Dioxina?

01/01/2019

O consumo de caranguejo-peludo-chinês contaminado por dioxina acarreta riscos imediatos para a saúde?

 

        A Comissão Europeia estabeleceu como limites máximos, para as dioxinas nos alimentos, 3,5 pg/g de peso fresco e para o somatório de dioxinas e de PCB sob forma de dioxina, 6,5 pg/g de peso fresco. Nas duas amostras de caranguejo-peludo-chinês recolhidas em Hong Kong, foram detectados dioxinas, e PCB sob forma de dioxina, respectivamente aos níveis de 11,7 pg/g e 40,3 pg/g TEQ (equivalente tóxico). As autoridades, preocupadas, tomaram de imediato as medidas necessárias, uma vez que os níveis de poluentes excediam os limites estabelecidos.

 

        No entanto, tal não significa que o consumo deste tipo de caranguejo-peludo-chinês pudesse causar riscos imediatos para a saúde. Com efeito, os respectivos riscos de segurança alimentar são determinados pela quantidade de poluentes neles contidos. Apesar de terem sido detectadas dioxinas, é pouco provável que apresentem um risco de envenenamento agudo, aos níveis normais de consumo alimentar. O Comité Misto FAO-OMS de Peritos em Aditivos Alimentares (JECFA) das Nações Unidas estabeleceu uma bitola para a ingestão mensal tolerável provisória (IMTP) de poluentes (como as dioxinas), que é de 70 pg/kg de peso corporal/mês TEQ. Este valor de referência de segurança implica que a ingestão ocasional de poluentes (dioxinas) que excedam o nível prescrito não tem qualquer impacto significativo na saúde do consumidor. Os riscos adversos para a saúde apenas surgirão se os consumos ultrapassarem o nível prescrito mensalmente e ao longo de uma vida.

 

        Não obstante, o consumo do problemático caranguejo-peludo-chinês ao longo da vida pode representar riscos consideráveis para a saúde. No entanto, há que ter em conta que se trata de um alimento sazonal, que só está disponível durante um par de meses durante o ano e, por isso, para a grande maioria das pessoas, não é possível consumir uma quantidade elevada deste marisco todos os meses ao longo da sua vida. Por esta razão, não nos devemos preocupar muito com isso. 

 

(Nota: O picograma é uma unidade de massa muito pequena. Um picograma é equivalente a um trilhão de grama (isto é, 0,000000000001g).

 

Como reduzir a ingestão de dioxinas?

 

        A ingestão de alimentos é a principal fonte de exposição a dioxinas, as quais tendem a acumular-se nos tecidos adiposos. Os consumidores que desejam reduzir os riscos para a saúde derivados da ingestão de dioxinas por via alimentar devem procurar consumir menos gorduras e óleos animais. Além disso, é essencial manter uma dieta equilibrada e evitar a ingestão excessiva de dioxinas mediante o consumo moderado e selectivo de certos alimentos muito ricos em gordura.

 

010/DIR/DSA/2019