1. Após um acidente nuclear, que tipos de alimentos são mais susceptíveis à contaminação por radiação?
Após um acidente nuclear, os materiais radioactivos libertados podem poluir a água e contaminar os alimentos. Os materiais radioactivos viajam pelo ar ou são depositados com a água da chuva, de modo que as superfícies de vegetais, frutas ou a ração animal são susceptíveis de contaminação por materiais radioactivos. Após algum tempo, esses materiais radioactivos podem passar do solo para as plantações e entrar no corpo dos animais através das rações animais contaminadas (por exemplo, o leite produzido por vacas leiteiras alimentadas com rações contaminadas pode conter substâncias radioactivas). Alimentos aquáticos, como peixes e mariscos de concha, podem ser expostos a contaminantes radioactivos presentes na água. Com o tempo, os materiais radioactivos acumulam-se nas cadeias alimentares.
2. Que tipos de alimentos são mais propensos a serem afectados pela descarga de águas residuais radioactivas no oceano?
A descarga de águas residuais radioactivas no oceano poderá ter grave impacto nos ecossistemas marinhos e na saúde humana. Os organismos da cadeia alimentar podem absorver materiais radioactivos e acumulá-los no seu corpo, a ponto de colocar em perigo a segurança dos animais aquáticos e das plantas consumidas pelos seres humanos, tais como peixes, mariscos, algas marinhas e algas kelp, que poderiam ser mais susceptíveis à contaminação radioactiva, em comparação com outros tipos de alimentos. Estes animais e plantas aquáticas que vivem em habitat marinho tendem a absorver substâncias nocivas presentes na água do mar, incluindo materiais radioactivos, entre outros. Ao longo do tempo, estes materiais radioactivos podem acumular-se na cadeia alimentar e entrar no corpo humano, representando potenciais riscos para a saúde.
3. Quais são os possíveis efeitos para a saúde do consumo de alimentos expostos à contaminação por radiação?
A radiação natural está presente no ambiente e o corpo humano é capaz lidar, através de processos metabólicos, com o impacto na saúde derivado da exposição à radiação de baixo nível. Se o consumo de alimentos contaminados por radiação afecta ou não a saúde humana, isso depende de factores como o tipo e a quantidade de radionuclídeos ingeridos e a frequência da ingestão. Em geral, é pouco provável que os produtos alimentares disponíveis no mercado tenham sido expostos a níveis elevados de radiação e é também pouco provável que o seu consumo provoque transtornos graves de saúde. No entanto, sabe-se que o consumo prolongado de alimentos expostos à radiação pode aumentar potencialmente o risco de cancro em humanos.
4. O que significa a detecção de iodo-131, césio-134 e césio-137 em alimentos?
Iodo-131, césio-134 e césio-137 não ocorrem naturalmente nos alimentos, mas esses materiais radioactivos podem ser libertados no meio ambiente durante um acidente nuclear e entrar na cadeia alimentar. A detecção de iodo-131, césio-134 ou césio-137 em alimentos pode sugerir possível contaminação radioactiva na sequência de um acidente nuclear. O Governo da RAEM promulgou o Regulamento Administrativo n.º 16/2014 – Limites Máximos de Radionuclídeos nos Géneros Alimentícios, que estabelece os limites máximos admissíveis de radionuclídeos em géneros alimentícios, para garantir a segurança alimentar em Macau, abrangendo os de iodo-131, césio-134 e césio-137.