Patulina no Sumo de Maçã

06/05/2021

 

“Uma maçã por dia mantém o médico longe” é um ditado familiar para crianças e adultos, que tornou a maçã e produtos dela derivados alimentos muito populares. No entanto, de vez em quando, há notícias de que é detectada patulina nos sumos de maçã. Então por que aparece a patulina no sumo de maçã, considerado uma bebida saudável?

 

O que é a patulina?

A patulina é um metabólito secundário produzido por várias espécies de fungos pertencentes principalmente aos géneros Aspergillus e Penicillium, cuja exposição excessiva pode causar danos nas vísceras e efeitos adversos ao sistema imunológico e nervoso em animais em laboratório. No caso dos humanos, a ingestão de grandes quantidades de patulina através dos alimentos pode resultar em náuseas, distúrbios gastrointestinais e vómitos. A presença da patulina em produtos alimentares representa um risco alimentar devido aos impactos adversos para a saúde humana.

 

Quando fruta como pêssegos, pêras, uvas e maçãs é danificada ou apodrece devido a condições inadequadas de transporte e armazenamento, pode ser contaminada pela patulina, produzida com o pelo bolor na fruta, especialmente em maçãs. Nos últimos anos, ocorreram incidentes de segurança alimentar na Austrália, Nova Zelândia e em Hong Kong com sumos de maçã estavam contaminados pela patulina. Apesar de os sumos de maçã serem filtrados e tratados termicamente para posterior esterilização antes de serem engarrafados, isso não elimina a patulina já presente. Se forem usadas maçãs contaminadas com patulina para fazer sumos, é provável que ela passe para o produto final.

 

Limites regulatórios para a patulina

Em 1995, o Comité Conjunto de Especialistas da FAO/OMS sobre Aditivos Alimentares (JECFA em inglês) estabeleceu a ingestão diária tolerável máxima provisória (PMTDI) de patulina em 0,4µg por quilo de peso corporal. Neste sentido, o Governo da RAEM promulgou o Regulamento Administrativo n.º 13/2016 – Limites Máximos de Micotoxinas em Alimentos, com base na análise exaustiva dos resultados de estudos científicos, pesquisas e inquéritos sobre o consumo alimentar em todo o mundo. De acordo com este regulamento administrativo, os limites máximos permitidos de patulina em produtos derivados da maçã e do pilriteiro chinês (crataegus pinnatifida) são de 50µg/kg, assim como em sumos naturais ou engarrafados à base de maçã ou pilriteiro chinês (crataegus pinnatifida).

 

A prevenção do crescimento do bolor na fruta é a maneira mais eficaz de reduzir a probabilidade de contaminação dos sumos e de outros produtos derivados de fruta pela patulina. Por isso, é necessário armazenar os frutos colhidos e adquiridos a temperaturas e em condições adequadas e evitar que eles se danifiquem por compressão excessiva. Quando detectar bolor na superfície ou no interior das frutas, não as consuma nem utilize para o processamento de alimentos. Deite imediatamente fora a fruta com bolor, seja qual for o grau de contaminação, e compre sempre derivados de fruta, como sumos e compotas, de marcas conceituadas. Após a compra, armazene-os num ambiente adequado e consuma-os o mais cedo possível.

 

018/DIR/DSA/2020