Fique a Saber Mais Sobre as Biotoxinas Marinhas em Moluscos Bivalves

20/06/2014

De onde vêm as Biotoxinas Marinhas em Moluscos Bivalves?

Os bivalves são seres vivos que se alimentam por filtragem; ao ingerirem algas com toxinas, como dinoflegelados, ficam, por sua vez, contaminados com toxinas; estas toxinas acumulam-se no interior, principalmente nas suas vísceras. Daí que alguns bivalves mais vulgares, como as vieiras, mexilhões, amêijoas ou ostras, sejam considerados alimentos de alto risco. Além disso, quando ocorre o fenómeno da maré vermelha, ou seja, quando as algas se multiplicam rapidamente e assumem uma maior densidade em determinada zona, aumenta também a possibilidade da existência de algas tóxicas e, consequentemente, a de os produtos do mar na zona afectada apresentarem um maior risco de contaminação.

 

Tipos de Envenenamento por Moluscos Bivalves

Quatro tipos principais:

1. Intoxicação Paralítica

É o tipo de envenenamento mais comum e os seus sintomas clínicos principais são: dormência da boca e extremidades, formigueiro e desconforto gastrointestinal. Normalmente, estes sintomas surgem alguns minutos, ou algumas horas, após a ingestão de alimentos contaminados. Nos casos graves, as vítimas podem ter dificuldades em engolir ou paragens respiratórias, pelo que a intoxicação pode ser fatal.  

 

2. Intoxicação Diarreica

É outro tipo de intoxicação comum que provoca diarreia nas vítimas, náuseas, vómitos, dores abdominais e desconforto gastrointestinal. A recuperação costuma ocorrer em poucos dias e nenhum caso fatal foi registado até ao momento.

 

3. Intoxicação Neurotóxica

É rara e não é fatal. Os sintomas costumam ser ligeiros, como formigueiro nos músculos faciais, e desaparecem em poucos dias .

 

4. Intoxicação Amnésica

Pode ser fatal e os seus sintomas clínicos principais incluem vómitos, cãibras abdominais, diarreia, dores de cabeça e, em particular, perda temporária de memória.

 

Distribuição das Biotoxinas Marinhas em Moluscos Bivalves

Os níveis de toxinas acumuladas nos Moluscos Bivalves variam, conforme a espécie de algas que ingeriram. A quantidade de toxinas acumuladas nas vísceras também difere. É sabido que, em caso de contaminação, é nas vísceras e nas gónadas que os níveis de toxicidade são mais altos, registando-se os níveis mais baixos nos  músculos adutores. 

 

As toxinas podem ser destruídas no cozinhado?

As toxinas dos crustáceos são resistentes ao calor e não podem ser destruídas na confecção, aquecimento ou processamento. Ao cozinhar, as toxinas podem passar dos crustáceos para o caldo e, como são inodoras, não existe forma de determinar se os crustáceos estão ou não contaminados. Visualmente também não são detectadas.

 

Dicas para o Público

  1. Adquira crustáceos apenas a fornecedores reputáveis;
  2. Esfregue e limpe as conchas/ carapça em água corrente e remova as vísceras, as gónadas e as ovas;
  3. Evite consumir o caldo resultante do cozinhado;
  4. Mantenha uma dieta equilibrada; não consuma demasiados crustáceos de uma só vez.