Muitos cidadãos gostam de comprar produtos alimentares típicos dos países que visitam e trazê-los para Macau para os partilhar com a família e os amigos. No entanto, estas “lembranças alimentares” podem implicar sérios riscos para a saúde dos consumidores e recentemente foram noticiados casos de pessoas que se sentiram mal ou sofreram gastroenterites após terem consumido alimentos frescos ou pratos frios prontos-a-comer que os amigos trouxeram do exterior.
Que tipo de alimentos evitar comprar como lembrança alimentar?
Ultimamente aumentou o número de pessoas que viajam por lazer para o exterior e estes turistas gostam de trazer petiscos típicos das terras que visitam para oferecer aos amigos. Além disso, hoje em dia, através da internet, podem adquirir-se produtos alimentares típicos de países distantes e os géneros mais exóticos através das comunidades online que podem “comprar qualquer coisa em nome do interessado”.
Entre estes produtos incluem-se alimentos prontos-a-comer que são frescos e/ou frios, como as sobremesas congeladas, petiscos chineses escalfados (lou-mei), e outros produtos contendo ovos e leite entre os seus ingredientes. Na medida em que este tipo de produtos é rico em água e proteínas, são especialmente susceptíveis a rápida deterioração e portanto nunca devem ser sujeitos a transporte de longa distância nem mantidos por muito tempo a temperaturas de risco (entre 5℃ e 60 ℃). Por isso recomenda-se que o público consumidor evite, tanto quanto possível, comprá-los como lembrança de viagem.
Por que é perigoso comprar fora de Macau sanduíches ou bolos com creme?
Muitos cidadãos já devem ter comprado estes produtos em viagem pelo exterior, mas a verdade é que convém não menosprezar os riscos de segurança alimentar associados ao transporte deste tipo de alimentos, que em regra exigem refrigeração.
As tecnologias de processamento que os produtores alimentares utilizam têm em vista maximizar as vendas, tendo em conta as condições de transporte e armazenagem e, bem assim, os hábitos de dieta dos consumidores. Portanto, pretendem respeitar os requisitos necessários para a salvaguarda da sua qualidade e tempo útil de prateleira. Os alimentos prontos-a-comer, que são vendidos nos locais que se visitam como turista, são destinados a venda local e nunca confeccionados em grande quantidades e, portanto, o seu tempo de vida de prateleira é em regra bastante curto, variando entre um dia e menos de duas horas. Este tipo de produtos não está preparado para viajar longas distâncias sem recurso a refrigeração ou congelação, sejam eles transportados pessoalmente ou através de serviços de correio rápido.
Se os produtos alimentares já tiverem sido contaminados por quaisquer agentes patogénicos durante a fase de produção ou processamento, o seu posterior transporte a longa distância a temperaturas de risco (entre 5℃ e 60℃) conduz à proliferação de bactérias, que por sua vez irão produzir toxinas. Ainda que aparentem ‘normalidade’ o consumo destes produtos contaminados poderá produzir intoxicações alimentares.
Quando as sanduíches, bolos com creme ou tartes e sobremesas do tipo serradura (mousse de bolacha, muito apreciada em Macau), são sujeitas a transporte a longa distância, agravado por condições impróprias de higiene e temperatura, aumentam os riscos de segurança alimentar. Antes de adquirir qualquer produto alimentar há que tomar em conta as suas propriedades, de modo a garantir os meios adequados de transporte e armazenamento. No caso dos referidos alimentos frescos, frios ou prontos-a-comer, devem ser consumidos de imediato no local de venda/produção para assegurar a segurança alimentar e NUNCA ser transportados a longa distância.
Alimentos colocados em caixas térmicas para transporte estragam-se. Por que razão?
As caixas térmicas ou sacos de insulação não são um substituto da refrigeração nem da arca congeladora, pois apenas atrasam o aquecimento dos alimentos refrigerados ou congelados. Quando, em clima quente, os alimentos são transportados pessoalmente de avião ou automóvel, em vez de camião frigorífico ou arca congeladora, ficam sujeitos a rápida deterioração devido às temperaturas relativamente elevadas da bagageira dos automóveis. No entanto, para além da temperatura e duração do transporte, há muitos outros factores que afectam a segurança alimentar.
O público consumidor deve observar as seguintes regras:
1. Evitar comprar alimentos frescos (prontos-a-comer) ou refrigerados como lembranças a trazer das suas viagens ao exterior.
2. Quaisquer alimentos frescos devem ser consumidos de imediato. Nunca os conservar à temperatura ambiente por mais de duas horas.
3. No acto da compra, informar-se junto do vendedor sobre a maneira correcta de transportar ou guardar o alimento adquirido.
4. Ler sempre com atenção os rótulos da embalagem e verificar o seu prazo de validade.
5. No caso de quaisquer dúvidas sobre a origem, segurança ou sinais anormais do produto, abster-se de o comprar e consumir.
6. É altamente arriscado comprar produtos alimentares do exterior através das comunidades online que podem “comprar qualquer coisa em nome do interessado”. Tanto vendedores como compradores devem estar bem cientes dos potenciais riscos inerentes na origem, preparação, embalagem, armazenamento e transporte dos ditos produtos, bem como no serviço pós-venda.
7. O transporte pessoal para Macau de produtos de origem estrangeira está sujeito a leis e regulamentos. De acordo com a Lei n° 7/2003 e o Despacho do Chefe do Executivo n° 452/2011, os produtos alimentares frescos e vivos e produtos de origem animal importados para Macau estão sujeitos a uma declaração de importação às autoridades competentes, bem como à respectiva inspecção sanitária.
012/DIR/DSA/2015