O Departamento de Segurança Alimentar do IAM apelou ao público para não colher plantas bravias para consumo, pois muitas delas são parecidas com espécies comestíveis, tornando-se difícil a distinção entre elas. Algumas plantas bravias, sobretudo cogumelos, contêm toxinas virulentas e a vegetação que cresce na berma das estradas e em canteiros muitas vezes foi tratada com insecticida. O consumo por engano destas plantas pode causar intoxicações ou sérios problemas de saúde. Por razões de segurança, o público é aconselhado, mais uma vez, a não colher nem consumir cogumelos selvagens nem plantas encontradas nas bermas das estradas ou em canteiros.
Problemas de saúde causados pelo consumo de plantas selvagens
Apenas pelo seu aspecto é difícil determinar se uma planta é tóxica ou não. Alguns cogumelos e inhames que crescem no mato contêm toxinas virulentas que não são eliminadas por simples cozedura, congelação ou outros processos. Em alguns casos, apenas ‘provar’ a planta pode resultar em intoxicação grave, e levar a internamento hospitalar.
Plantas tóxicas bravias são muitas vezes consumidas por engano
Beladona (Atropa belladonna)
A beladona (Atropa belladonna) é parecida com tomates-cereja e todo o fruto e as folhas contêm toxinas como a hiosciamina e a escopolamina. O excessivo consumo desta planta produz intoxicação, com sintomas como delírio e halucinações, apoplexia, diarreia e vómitos.
Alocásia gigante (Alocasia macrorrhizos)
A alocásia gigante é muito parecida com o inhame comestível, mas todas as partes desta planta contêm toxinas, nomeadamente cristais de oxalato de cálcio e sapotoxina. O consumo de alocásia pode causar ferimentos na pele e nas membranas mucosas, inchaço da língua e dos lábios, perda de sensibilidade e sensação de ardor na língua, nos lábios e em toda a cavidade bucal. A sapotoxina pode causar gastroenterites e paralizar até o sistema nervoso central, o que pode ser letal.
Gelsemium Elegans
Esta planta, também conhecida por ‘erva quebra-corações’, é muito parecida com o figo hirta, que é comestível. Todas as partes da planta contêm a toxina gelsemina, sendo a concentração mais elevada nas raízes. O seu consumo provoca envenenamento, que pode paralizar os nervos motores periféricos, interromper a respiração e fazer colapsar o sistema nervoso central. Os sintomas mais comuns são visão distorcida, diplopia (ver objectos em duplicado) tonturas e perda de sensibilidade nos lábios e na língua. Em casos mais graves, pode ser fatal.
Conselhos ao público
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Considerando que é difícil determinar, apenas pelo seu aspecto, se uma planta selvagem é tóxica ou não, nunca se devem colher para consumo plantas bravias nas bermas das estradas ou em canteiros.
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Os vegetais para consumo próprio devem ser adquiridos apenas no mercado, lojas e vendilhões licenciados. Nunca comprar vegetais de origem desconhecida.
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Retirar sempre as folhas e os rizomas dos vegetais, partes que são impróprias para consumo. A seguir, lavá-los muito bem sob água corrente e demolhá-los por algum tempo antes de os cozinhar.
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No caso de haver dúvidas sobre a segurança de quaisquer produtos alimentares, a regra elementar é não comprar nem consumir.
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No caso de se sentir indisposto após o consumo de quaisquer alimentos, deve procurar de imediato assistência médica e levar consigo uma amostra do que consumiu.