A Administração de Alimentação e Drogas de Guangdong e as autoridades reguladoras de alimentos e medicamentos do distrito de Panyu e da cidade de Guangzhou iniciaram uma investigação conjunta após queixas de consumidores que terão alegadamente comprado "Camarões cheios de gel" nos mercados. Foram efectuadas inspecções nas instalações de venda e recolhidas amostras de camarões para análise, cujos resultados revelaram que a substância adicionada ao camarão era afinal "Ágar". Segundo a investigação, ágar transparente (muito semelhante ao gel) é adicionado aos camarões congelados para colar o corpo à cabeça, e ‘encher o corpo’, para parecer mais atraente aos consumidores. As autoridades reguladoras de alimentos e medicamentos do distrito de Panyu e da cidade de Guangzhou, responsáveis pela investigação, estão a rastrear a fonte dos “Camarões congelados com ágar” e a tentar saber em que fase do processamento alimentar este produto é adicionado.
Há alguns anos os meios de comunicação social noticiaram casos de camarões injectados com gel (gelatina) vendidos na China . Esse gel era composto por uma proteína extraída dos ossos, pele, tendões e ligamentos dos animais. No presente caso, o ágar (também conhecido como ágar-ágar) detectado nos camarões, é uma substância gelatinosa obtida das algas. Ambas as substâncias são aditivos alimentares utilizados em doces, alimentos e sobremesas. De acordo com a avaliação da segurança da "Gelatina" e do "Ágar" de tipo alimentar, realizada pelo Comité Misto FAO/OMS de Peritos em Aditivos Alimentares (JECFA), estes dois aditivos são de toxicidade muito baixa e não constituem perigo para a saúde, desde que consumidos com moderação.
No entanto, apesar da substância adicionada e identificada na investigação China ser ágar e não gel, os vendedores não deixaram de incorrer em práticas comerciais enganosas. É essencial que o sector alimentar seja autodisciplinado, respeite a lei e garanta que os produtos alimentares à venda sejam próprios para o consumo. Em Macau, todos os produtos marinhos à venda no mercado devem ser sujeitos à inspecção do IAM. Tal como estipulado na Lei de Segurança Alimentar, ‘na produção e comercialização de géneros alimentícios não é permitido o uso indevido de aditivos alimentares ou a adição de substâncias estranhas’. Se os camarões à venda mostrarem sinais de anormalidade, deve interromper-se de imediato a sua venda e denunciar a situação ao IAM. Até ao momento, não foram detectadas anomalias nos camarões à venda em Macau durante os testes de rotina realizados pelo Departamento de Segurança Alimentar. Como sempre, o IAM mantém um estreito contacto com as relevantes autoridades da China Continental através do mecanismo de troca de informações em vigor, o que lhe permite actuar a tempo e fazer os acompanhamentos necessários para garantir a segurança do abastecimento alimentar no território.
Ao comprar camarões, os consumidores devem verificar a sua cor e evitar aqueles com cabeça ou o corpo excessivamente inchados. Nunca comprar nem consumir camarões com propriedades organolépticas incomuns.
Para mais informações:
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Divulgação Científica sobre Segurança Alimentar
“Camarões Injectados com Gelatina”: Isso Existe? (30 de Julho de 2015)