Contaminantes Metálicos em Géneros Alimentícios: Mercúrio

05/07/2019

O peixe é uma boa fonte de proteínas, fornecendo os nutrientes essenciais necessários para o crescimento e desenvolvimento do corpo humano e é indispensável numa dieta equilibrada. Tem muitos benefícios para a saúde, particularmente para mulheres grávidas e crianças em fase de crescimento. No entanto, os níveis de mercúrio em certas espécies de peixes tendem a ser mais elevados do que outros, como no caso do atum, espadarte e marlim, o que pode ter efeitos nocivos na saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o arsénio, o cádmio, o chumbo e o mercúrio são os quatro principais contaminantes metálicos identificados como de grande preocupação para a saúde pública. Como os contaminantes metálicos podem entrar nos alimentos através do meio ambiente (por exemplo, do ar, solo e água) ou durante o processo de produção de alimentos, eles podem estar presentes nos alimentos em quantidades residuais. Em Macau, o Regulamento Administrativo n.º 23/2018 – Limites Máximos de Metais Pesados Contaminantes em Géneros Alimentícios, foi promulgado para estabelecer os limites máximos de metais pesados contaminantes, nomeadamente de arsénico, cádmio, chumbo, mercúrio e estanho, presentes em géneros alimentícios, com vista a salvaguardar a higiene e segurança alimentar.

 

O que é o mercúrio?

O mercúrio é um elemento presente naturalmente na crosta terrestre e  omnipresente no ambiente. Apresenta-se sob três formas, a saber, o mercúrio elementar, o inorgânico e o orgânico, sendo o metilmercúrio a forma orgânica mais comum e mais tóxica de todas. Pode libertar-se para o ambiente através de erupções vulcânicas, fenómenos meteorológicos anormais e erosão de rochas e actividades industriais (por exemplo, incineração de resíduos, galvanoplastia e mineração) e causar contaminação. O mercúrio bioacumula-se no corpo de variados organismos e aumenta progressivamente a sua concentração ao longo da cadeia alimentar.

 

Fontes de ingestão de mercúrio

As pessoas geralmente ficam expostas ao mercúrio através do consumo de peixes e crustáceos contaminados. Os microrganismos em meios aquáticos são capazes de transformar o mercúrio inorgânico na sua forma metilada, que se vai acumulando no corpo de organismos ao longo da cadeia alimentar, fazendo com que peixes predadores maiores tenham níveis mais altos de mercúrio. Cozinhar não destrói efectivamente ou sequer reduz as concentrações de mercúrio nos peixes.

 

Impactos na saúde

A exposição a altos níveis de mercúrio pode ser prejudicial ao sistema nervoso, especialmente ao cérebro ainda em fase de crescimento, afectando o seu desenvolvimento a nível fetal e em bebés e crianças pequenas. No caso de adultos, pode afectar adversamente as suas capacidades auditivas e visuais, além da memória e da coordenação muscular.

 

Cuidados a observar na dieta diária

Mulheres grávidas, mulheres que planeiam engravidar e crianças pequenas são as pessoas mais susceptíveis aos efeitos tóxicos do mercúrio, e por isso devem evitar consumir na sua dieta grandes peixes predadores (por exemplo, atum, espadarte e marlim) a fim de minimizar os riscos para a sua saúde. Como os níveis de mercúrio nas espécies de peixes variam consideravelmente de acordo com os locais e os habitats, é aconselhável comer sempre uma variedade de peixes. Além disso, é importante manter uma dieta equilibrada e variada para evitar a contaminação por elementos metálicos a partir de uma gama limitada de espécies de peixes.

 

027/DIR/DSA/2019