Produtos Aquáticos Devem Ser Bem Cozinhados Antes do Consumo

05/02/2016

       O Departamento de Segurança Alimentar do IAM relembra ao público consumidor para reforçar a sua consciência, em termos de higiene pessoal e de segurança alimentar, após as recentes notícias de casos de pessoas que se sentiram mal, suspeitando-se que a causa tenha sido o consumo de produtos do mar, mal cozidos ou preparados de forma imprópria. O público tem de prestar especial atenção aos alimentos utilizados para refeições tipo hot-pot e churrasco, que antes de serem ingeridos requerem, necessariamente, cozedura e assadura completas, especialmente no caso de produtos aquáticos, crustáceos e moluscos, como ostras e vieiras.

 

Aspectos importantes a observar no consumo de produtos aquáticos:

       Entre os factores que afectam a segurança alimentar dos produtos aquáticos, a contaminação das águas em que vivem é um dos mais importantes e comuns. Os mariscos e bivalves que se alimentam filtrando micróbios marinhos a partir da água são os mais susceptíveis à contaminação patogénica. Das diferentes fontes de contaminação, a contaminação biológica causada por bactérias, vírus e parasitas é a mais frequente, enquanto o vibrião da cólera, o vibrião parahemolítico e o norovírus (antes conhecido por vírus tipo Norwalk-like) são os vírus comuns que causam intoxicação alimentar. No entanto, estas bactérias patogénicas e vírus podem ser destruídos por cozedura completa.

 

       Durante a época do inverno e da primavera, o norovírus é um dos patógenos mais comuns causadores de gastroenterite aguda, uma afecção que está geralmente associada ao consumo de mariscos de concha (p.ex. ostras) mal cozinhados. O período de incubação da infecção por norovírus é geralmente de 24 a 48 horas. Os sintomas clínicos incluem vómitos, diarreia não sanguinolenta, cólicas abdominais, náuseas e febre baixa. No caso de sofrer destes sintomas de gastroenterite viral, deve procurar de imediato atendimento médico no hospital.

 

Conselhos para o Público:

       Os cidadãos devem ter em atenção a higiene pessoal e ambiental, cozinhando sempre muito bem os produtos aquáticos e mariscos de concha. Os indivíduos de alto risco, particularmente crianças, idosos, mulheres grávidas e pessoas com imunidade enfraquecida, devem evitar de todo comer frutos do mar crus ou mal cozidos. Quando desfrutar de alimentos em hotpot ou churrasco, garantir sempre que os ingredientes alimentares estão bem cozidos antes de os consumir. Utilizar sempre dois conjuntos diferentes de utensílios de cozinha, um para a manipulação de alimentos cozinhados e outro para os crus, e nunca consumir crus alimentos destinados a serem cozinhados (i.e. tipos de alimentos não-sashimi que requerem aquecimento). Antes da compra e consumo de alimentos, o público deve sempre certificar-se da sua origem e qualidade. Quando existir a mínima dúvida sobre a sua higiene e qualidade, nunca consumir.

 

Conselhos para o Sector Comercial:

       O Departamento de Segurança Alimentar também relembra ao sector alimentar que deve adquirir ingredientes alimentares (em especial os mariscos de concha) apenas de fornecedores idóneos, com boas práticas de higiene, e certificar-se sempre da origem dos produtos alimentares antes de os encomendar, assegurando-se que são próprios para consumo humano, e guardar sempre em lugar seguro as notas de encomenda, facturas e recibos de vendas. Além disso, os alimentos devem ser mantidos sempre à temperatura e em ambiente adequados, e os alimentos cozinhados separados dos alimentos crus, para se evitar a contaminação cruzada. Há que manter-se bem informado sobre a duração da cozedura e os níveis de temperatura, para garantir que os alimentos são bem cozinhados, a fim de minimizar os riscos de segurança alimentar. Os estabelecimentos de comida que fornecem alimentos frescos ou crus, que requeiram cozedura, devem instruir adequadamente os seus clientes sobre a forma segura de consumir esses alimentos.

013/DIR/DSA/2019