As rochas da crosta terrestre são ricas em minerais e metais. Mas, como foram detectadas quantidades excessivas de metais pesados em alguns vegetais, conforme relatou a imprensa, o que são exactamente?
Os metais pesados têm geralmente uma densidade de mais de 5g/cm3. E embora o arsênico (As) não seja na verdade um metal, é considerado um metal pesado devido à sua biotoxicidade e por ter características semelhantes às dos metais pesados. Os mais comuns são: cádmio (Cd), mercúrio (Hg), chumbo (Pb), arsênico (As), cobre (Cu), zinco (Zn), cromo (Cr) e níquel (Ni).
No processo de formação dos solos, os metais pesados ocorrem naturalmente em quantidades diferentes, influenciados pela variação do terreno e do clima. Fenómenos naturais, como erupções vulcânicas e incêndios florestais, podem agravar os níveis de poluição. Quando as águas subterrâneas contendo metais pesados são usadas para irrigação durante um longo período de tempo, os metais pesados contaminam as culturas das terras agrícolas, uma vez que os solos ficam com uma elevada concentração de metais pesados.
Com o rápido desenvolvimento industrial ao longo de décadas, as fábricas de galvanoplastia e de produtos químicos que produzem poluentes pesados têm despejado ilegalmente enormes quantidades de águas residuais não tratadas em rios e regatos. Grandes quantidades de resíduos industriais e domésticos foram descartados e enterrados, enquanto as emissões de gases poluentes também contaminaram o solo com metais pesados. Em condições normais, os solos conseguem reduzir a sua biodisponibilidade de metais pesados por meio de reacções de dissolução-precipitação, adsorção e oxirredução, de modo a que seja diminuta a absorção desses metais pelos vegetais. Mas, quando a concentração total de metais pesados é muito alta, como na contaminação antrópica, o resultado é uma significativa contaminação das culturas e ambientes naturais.
Na medida em que a presença de metais pesados nos nossos ambientes ocorre naturalmente, mesmo em solos não contaminados são encontradas pequenas quantidades deles. Nos solos com alta concentração de metais pesados devido a características geológicas especiais, estes não são totalmente absorvidos pelos organismos. Alguns metais pesados, como o cobre e o zinco, são até um micronutriente das plantas. Quando o teor de metais pesados nas culturas atinge um nível perigoso para a saúde humana, as colheitas sofrem amarelecimento das folhas, murcham e perdem produtividade, tudo sintomas tóxicos facilmente detectáveis visualmente. Quando de origem natural, o arsênico, o cromo, o níquel, o mercúrio e o chumbo nos solos não são facilmente absorvidos pelas raízes das plantas e, mesmo que o sejam, é improvável que passem para os caules, folhas e frutos, que são as partes comestíveis. Mas o cádmio é prontamente absorvido do solo pelas raízes das plantas, que crescem normalmente sem sintomas visíveis, mesmo em altas concentrações.
Quão seguros são os vegetais à venda no mercado?
Todas as frutas e verduras importadas estão sujeitas a inspecção e aprovação pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). As hortaliças importadas da China Continental provêm da “Base de Plantio de Vegetais para Abastecimento de Hong Kong e Macau”, que exerce rigorosa fiscalização sobre os procedimentos de plantio, produção e processamento. Antes destes vegetais entrarem no mercado retalhista local, o IAM realiza o rastreio de pesticidas e fazem-se testes para detectar metais pesados, a fim de garantir a segurança alimentar dos cidadãos. Se os consumidores comprarem em revendedores confiáveis não há razão para se preocuparem com a qualidade das frutas e legumes. Mas quando estas provêm de fontes desconhecidas, os consumidores não devem comprar para garantir a sua segurança alimentar. Uma vez que os legumes são uma parte essencial de uma dieta saudável, é importante consumir uma grande variedade de vegetais e alimentos para manter uma dieta equilibrada.
004/DIR/DSA/2018