Infecção por Estreptococos do Grupo B / Peixe de Água Doce

21/10/2021

Em Hong Kong um recente surto infeccioso de estreptococos do Grupo B atingiu peixeiros, cozinheiros de restaurantes e membros do público. Investigações posteriores revelaram que alguns deles foram infectados por terem manuseado ou ingerido peixe de água doce. Com tantos casos resultantes infecções deste tipo em tão curto espaço de tempo, que cuidados é que o público deve tomar?

 

O que são Estreptococos do Grupo B?

O Estreptococo do Grupo B (EGB) é uma bactéria comum geralmente encontrada no trato gastrointestinal e reprodutivo humano. Geralmente, não é nefasta para o hospedeiro, a menos que ele tenha fraca imunidade devido a doenças crónicas, podendo nesse caso contrair sepse, meningite e pneumonia. Em mulheres grávidas portadoras de EGB, a bactéria pode ser transmitida da mãe para o bebé no decorrer do parto, infectando o recém-nascido. O primeiro surto registado de infecção por EGB por via alimentar aconteceu em Singapura em 2015, causado pelo tipo de sequência (ST) 283 do sorotipo III, uma estirpe extremamente rara. Na investigação epidemiológica subsequente descobriu-se que o surto tinha tido origem em peixe de água doce não processados.

 

Presentemente, faltam dados confiáveis disponíveis para investigar sobre a EGB/ST283 do EGB em meio aquoso, nas cadeias de abastecimento e na venda a retalho de peixe de água doce, não sendo ainda claro como ocorre a infecção por EGB nos alimentos causadora da doença. Porém, sabemos que os EGB/ST283 de EGB não toleram o calor, o que significa que podemos prevenir a contaminação cozinhando sempre muito bem os alimentos.

 

Como prevenir a infecção por EGB?

Para tal, o Instituto para os Assuntos Municipais relembra o público para estar atento à sua higiene pessoal, ao que manuseia ou ingere e o que faz para garantir a limpeza, cuidados essenciais abaixo descriminados:

  1. Limpe sempre as mãos, sobretudo antes de comer e depois de utilizar a casa de banho;
  2. Evite comer “frutos do mar” crus, especialmente peixes de água doce;
  3. Ao fazer compras num mercado, nunca toque em peixe directamente com as mãos nuas e evite mexer nas águas residuais e nos resíduos ali existentes;
  4. Usar luvas de protecção ao manusear marisco, nunca tocando nele directamente. Caso tenha ficado ferido, faça um curativo adequado para a ferida antes de calçar as luvas;
  5. Separe sempre os alimentos crus dos cozinhados, usando facas, tábuas de corte e recipientes diferentes ao manuseá-los e guardando estes daqueles em separado para evitar contaminação cruzada;
  6. No fim da preparação, limpe bem a cozinha e os utensílios e deite o lixo fora de forma segura.

Por último, os peixeiros e outros operadores da indústria alimentar têm de estar vigilantes, evitar tocar no peixe cru directamente com as mãos nuas.

 

Fonte: FAO. 2021. Perfil de risco – Estreptococos do Grupo B (EGB) – Streptococcus agalactiae tipo de sequência (ST) 283 em peixe de água doce.